Estas
mesas estão tão vazias quanto estarão as de negociações laborais se cada vez
mais os que agora entram no mercado de trabalho não se unirem. Entre si ou com
os que já lá estão.
É
triste, ainda que não seja uma surpresa, constatar que os jovens nem se
preocupam em encontrar condições de trabalho dignas. Agarram qualquer emprego,
por qualquer salário, com qualquer horário de trabalho, com ou sem prazo
definido.
E
quando reparam que outro ocupou um lugar ao lado ganhando mais ou com menos
penosidade, olham-no com uma inveja triste.
Esqueceram-se,
entretanto, que se tivessem juntos aquando do celebrar do contrato, quase de
certeza que estariam nivelados por cima.
A
união entre quem trabalha, quem menos recursos tem e quem mais exposto está aos
ditames do mercado, faz com que a sua força aumente, tal como os recursos e
condições de trabalho.
Chame-se
essa união sindicato, grémio ou batata frita. Desde que enfrentemos as agruras
da vida em conjunto, não apenas nos parecem menos amargas como seremos mais
fortes.
Infelizmente
o termo “sindicato” tem uma conotação demasiado político-partidária para atrair
os mais novos.
Do
seu ponto de vista, eles - os dos sindicatos - só lá estão para “se encherem” e
ganharem votos.
No
entanto, caros recém-chegados ao mercado de trabalho, os dirigentes sindicais,
de topo ou de base, só lá estão porque os sócios os elegeram. E a força que têm
ou podem ter quando negoceiam um acordo de trabalho numa empresa, ou um código
de trabalho com um governo, é tanto maior quanto os sócios lha derem.
Dar
força a um sindicato, quer através do associativismo, quer através da
participação nas suas actividades, é ganharmos força perante aqueles que vivem
das mais-valias da nossa labuta. E que quanto menos eles nos pagarem e quanto
mais precários formos, maiores essas mais valias que para eles revertem.
Se
os que agora vão chegando, bem como muitos dos que já cá estão, não se unirem,
em breve as mesas de negociações salariais e outras ficarão assim: vazias!
Tal
como ficarão vazios os bolsos. E a saúde. E as relações familiares. E o tempo
de sono. E…
By me
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