A
internete é o que sabemos e este é um bom exemplo.
Em
dez de Fevereiro de 2006 publiquei eu esta imagem na net.
Trata-se
de uma montagem feita por mim, a partir do meu próprio bilhete de identidade.
Como se constata, deu algum trabalho o tornar anónimo por completo o aqui
identificado. Tanto no que toca a conteúdos escritos como à assinatura e a própria
fotografia. Para que conste, aqui não se consegue ver o bigode, que possuo
desde os 18 anos ininterruptamente.
A
imagem foi feita para ilustrar um textinho dos meus sobre a introdução de chip
nos então futuros documentos de identificação nacional. E ambos foram
publicados num então existente servidor de blog fotográfico, intitulado “photoblog”,
entretanto desactivado enquanto tal e transformado o seu domínio noutros conteúdos.
Confesso
que, passados todos estes anos, incluindo fotografias feitas e textos escritos,
que já nem me lembrava de o haver feito ou publicado.
Pois
qual não é o meu espanto quando hoje, dez de Novembro de 2013, vejo num outro
blog uma fotografia contendo a metade esquerda do que aqui se vê.
E
se a minha memória para nomes é particularmente fraca, a visual é muito forte.
E de imediato me recordei de a haver feito. Apesar de não ver o bigode.
Confesso
que levei mais de uma hora para tudo encontrar: o bilhete de identidade,
entretanto fora de prazo, os originais fotográficos, o respectivo texto, a cópia
que possuo do blog em questão… Deu bastante trabalho. Mas os arquivos são o que
são e dei com eles.
Bem
mais estranho, no meio de tudo, foi ter encontrado o local onde o dono do blog
que a replicou foi buscar a imagem: um site oficial português. Imagine-se que o
Consulado Geral de Portugal, em São Paulo, Brasil. E foi usada como ilustração do
que é (era) um Bilhete de Identidade, a par do que é o Cartão do Cidadão.
Fico,
muito naturalmente, orgulhoso em saber que aquilo que me deu um bom bocado de
trabalho a fazer tem qualidade e é útil a terceiros. E, mais ainda, que o
Estado Português o entende como suficiente bom para o usar.
Mas
se um blog privado vai “roubando” imagens aqui e ali, como sabemos ser a prática
corrente e sem referir origens, esperava que o Estado Português fosse um nico
mais honesto e não o fizesse. Ou que referisse origens ou que tratasse de fazer
as suas próprias imagens.
Mas
talvez que não seja de espantar este comportamento, considerando as decisões
que esse mesmo estado tem vindo a tomar sobre coisas bem mais importantes que o
direito de autor ou o respeito sobre o trabalho dos outros.
Fica
o aviso aos fotógrafos ou criadores portugueses; fica o aviso aos cidadãos portugueses
em geral: Roubalheira geral!
By me
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