segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Nomes e funções



Poucos saberão onde fica a praça Francisco Sá carneiro. Ou a praça D. Pedro IV. Ou ainda qual é a “Estação Central”.
Mas se referir “Areeiro”, ou “Praça do Rossio”, ou “Estação do Rossio”, todos sabem onde fica.
É assim com a nomenclatura dos lugares ou edifícios: o nome mais importante não é o que consta das folhas oficiais mas aquele que as pessoas conhecem.
O que se vê na imagem é o Parque de Saúde de Lisboa. Está lá escrito, para que não hajam dúvidas. E, acrescento, localiza-se na Avenida do Brasil, no número 53. Tal como consta da imagem.
O que não consta da imagem é a placa que está no pilar oposto deste portão principal. É uma placa de metal, velhérrima, onde está gravado “Hospital Júlio de Matos”.
Foi este o nome do complexo de saúde mental que aqui existiu, durante muitos e muitos anos. Nos meus tempos de estudante incluído.
Recordo esperar p’lo autocarro na paragem encostada às suas grades e os doentes pedirem, por entre elas, um cigarrito. Ou outros, com autorização para virem ao exterior, fazerem o mesmo pedido.
Terão que passar umas boas dezenas de anos antes que o vetusto nome se perca.
Mas, e sendo certo que também fechou o outro hospital de saúde mental de Lisboa (o Miguel Bombarda), resta o Hospital de São Bento, ali ao fundo da rua com o mesmo nome, como hospício nacional. Onde estão internados os mais perigosos dementes do país.
Infelizmente, não há quem o feche de vez ou, na falta de melhor, quem os transfira para onde não possam mais mal causar.

Talvez que umas lobotomias, a sangue frio, também resolvessem alguns casos.

By me

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