sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Escritas



É uma daquelas coisas que me faz sair do sério!
Ver gente com educação dita superior que não sabe escrever!
Já não falo da questão da ortografia. Qualquer corrector de texto faz isso nos tempos que correm, apesar de eu nem querer ver o que sai de uma caneta sobre um papel.
Refiro-me mesmo à organização das ideias!
Baralhadas, intercaladas, incompletas, por vezes sem nexo, de tão difícil leitura que quase faz desistir.
O conceito de “educação superior” inclui, suponho, que esta questão está ultrapassada. Que aquilo que se presume aprender no ensino superior deve ir bem mais além que as técnicas e as teorias específicas. O saber comunicar, socialmente, em ambiente de trabalho ou mesmo por escrito, é cada vez mais vital. E se outros motivos não existissem, a especificidade dos conhecimentos técnicos é tal que o não partilhar (dando ou recebendo) o que se sabe torna-se uma fronteira intransponível.
Este tipo de escrita quase caótica encontra-se em alguns autores. Por vezes de tal forma denso que são necessários alguns capítulos para que o escrito se nos torne natural. Mas, caramba, estou a falar de ficção, de escrita que nada tem de técnico e da qual se gosta ou não sem mais consequências.
Esta tal “educação superior” é, cada vez mais, uma “formatação superior”, reduzindo a capacidade de pensar em prol da produtividade. E, nesta vertente, saber escrever, saber comunicar, saber pensar para além das tarefas impostas, é perigoso e subversivo.
Já o pensava e praticava o “Botas”, para quem se lembra de quem for.

Para os outros, algum bom livro pode ajudar, escrito em bom português, que o ajude e pensar.

By me

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