Isto de se ir onde
se vendem coisas velhas e usadas dá nisto: trazer uma data de coisas que são
interessantes agora mas que não garanto que o sejam daqui por uns tempos.
Tendo começado por
uma loja de usados e velhos fotográficos, saí de lá com o que queria – uns grampos
para fazer contra-pesos e uma ocular de borracha. E mais um cabinho de
sincronismo para um flash que me anda a pregar umas partidas. E mais uma
correia fininha. Ainda ponderei mais duas Barracudas (ou Autopoles), mas dois
tubos com 2,2 metros, mais a restante quinquilharia que lhe está associada não
me davam jeito hoje. Mas ficaram-me debaixo d’olho.
A feira da ladra,
ali perto, é que matou o dia. Um Weston Master III (fotómetro), de 1956, apenas
dois anos mais velho que eu e em excelente estado. Tenho um outro, mas a célula
morreu de velha, o que é normal. Pediram-me 25 aerios, discuti e veio por 20. Não
foi muito mau.
E foi um alcoómetro
(para medir o grau alcoólico de um líquido) a uma menina que nem sabia o que
aquilo é. Pediu-me dez euros, dizendo que incluía o vidro, o mercúrio e a caixa
de cartão. Sentido de humor e sentido de negócio, que não consegui regatear com
ela. Não sei para que me serve: uma bebida, em me agradando, não lhe vou medir
o teor de álcool que contem. Mas é uma peça bonita.
Aquilo que não
veio foi este aparelhómetro. Acreditem ou não os mais moços, isto que aqui
vedes é um telemóvel. Da primeiríssima geração. Pesava que era um disparate, já
que a maior parte do que aqui se vê é a bateria e o sistema de alimentação. E,
apesar disso, tinha uma duração razoavelmente reduzida.
A um velho
companheiro de muitas andanças (fotográficas, videográficas e outras) foi
entregue por quem o empregava um destes monstros.
Pois o homem era
incapaz de almoçar ou jantar num restaurante se este não dispusesse de uma tomada
onde ligar e carregar o bicho!
Se o tivesse
comprado, não saberia que lhe fazer que não fosse procurar este companheiro
para lhe fazer pirraça. Mas isso é feio e não me apetece.
Ficou lá, no chão
e à poeira. Acabará, com sorte, num qualquer museu privado de telecomunicações
ou, com azar, num centro de reciclagem de material electrónico e perigoso.
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