Não sou
profissional da fotografia. Não ganho dinheiro com fotografia – só gasto – e não
faço concorrência de espécie alguma a quem faz da fotografia o seu modo de
vida. Já o fiz, em tempos recuados, mas deixei-me disso.
No entanto, todos
os dias fotografo. Várias, muitas vezes se possível. Com uma DSLR, com uma
compacta de bolso, com o telemóvel. Digital ou película. Desde que faça
fotografia, eu uso.
E todos os dias
publico na web algumas das fotografias que faço. No FB, no flickr, num blog. Públicos
diferentes, diferentes meios.
Obviamente que com
tanta imagem produzida e publicada, muita não será de grande qualidade. Senão
toda mesmo. Que uns dias estou mais “inspirado”, outros é só mesmo para não
perder o hábito.
Mas há um hábito
que não perco. E estou em crer que, desde que o assumi, muito foi o que
aprendi:
Manter num
monitor, aqui em casa, uma das que fiz no dia ou na véspera. Até que termine o
dia e a substitua por uma nova. Faz isto com que para ela olhe muitas vezes,
com espíritos diferentes, umas vezes mais crítico, outras mais condescendente,
umas vezes apenas passando os olhos, outras vendo-a demoradamente.
Conduz-me isto a
analisar mais demoradamente o que faço, a encontrar mais defeitos, a produzir
justificações para as opções tomadas e a regista-las como positivas ou
negativas. Um processo de aprendizagem em circuito fechado, se assim se pode
dizer.
Mas que funciona.
Certas coisas deixei de fazer, outras assumi-as como hábito, outras ainda
guardei-as como recurso para situações especiais.
A velocidade com
que se produz e consome fotografia, nos tempos que correm, leva-nos a nem
sequer digerir o que fazemos, quanto mais os trabalhos dos outros. Parar para
pensar e produzir uma auto-crítica construtiva é, no mínimo, o que se pode exigir
a quem pratica algo de que gosta. Fotografia ou vida.
Texto e imagem: by
me
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