Para que serve um agente da PSP?
Bem, creio que todos nós temos uma ideia aproximada das funções
que estes homens e mulheres têm, nas suas patrulhas, nas suas intervenções a
pedido e, quase sempre, de urgência, nos seus plantões, nos seus gratificados.
Nos tempos em que “fiz parte da mobília”, no Jardim da
Estrela, passaram por mim umas largas centenas de agentes, de todas as origens,
com os mais variados objectivos na sua patrulha. Com uns falei longamente, com
outros apenas troquei um distante aceno de cabeça, alguns apenas vi de longe.
Mas aquilo que nunca tinha visto fazer, dentro ou fora deste
jardim, foi um deles assumir o papel de fotógrafo.
Que, a pedido de um casal já razoavelmente idoso e sentado
neste mesmíssimo banco, tomou-lhes a câmara e fez o registo.
E eu, sentado que estava a uns três bancos de distância,
assisti a tudo com um sorriso nos lábios. Pela surpresa do ofício do fotógrafo
e porque eu mesmo já me ofereci nem sei quantas vezes para o mesmo.
E o cívico, depois de devolver a câmara e acelerando o passo
para se juntar ao companheiro um pouco mais à frente, deu com os meus olhos,
sorriu meio tímido e baixou os dele.
Não sei se nas ordens de serviço, manuais e instruções da
PSP, existirá alguma norma que impeça, desaconselhe, recomende ou obrigue a
esta função extra. Mas a este agente, tiro-lhe o meu chapéu. Só não lhe fiz “click”
porque sei que não gostam e, isso sim, estão proibidos.
E sendo que o casal seguiu depois da função, e para o lado
oposto ao da patrulha, fiquei eu que vi e o banco que fotografei.
Texto e imagem: by me
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