Por vezes sinto-me
estranho.
Em querendo
atravessar uma rua, numa passadeira com semáforos, faço questão de esperar pelo
“meu” verde.
Não se trata de
querer cumprir qualquer código escrito, ou de querer evitar uma eventual multa
de trânsito (elas estão previstas para peões, mas não sei de ninguém que dela
tenha sido objecto).
Mas é certo que a
estrada pode ser perigosa, pelo que haver um tempo para uns e um tempo para
outros faz todo o sentido.
Tal como faz
sentido que, em embirrando eu que os automóveis ocupem os passeios ou que não
respeitem os sinais vermelhos, terei eu que ser cumpridor dos códigos
existentes. Querendo para mim toda a prioridade com o sinal verde, recusando
atravessar com o sinal vermelho.
Ora, por vezes,
sinto-me como que um alienígena, parado no passeio, não vendo nenhum carro a
menos de 100 ou 150 metros, o sinal vermelho para mim e todos os peões a passarem,
com a maior das naturalidades. Os olhares estranhos que os demais peões me
lançam são, no mínimo, credenciais para admissão imediata num qualquer asilo.
Mas, do meu ponto
de vista, se exijo que me respeitem, tenho que ser o primeiro a respeitar os
demais. Mesmo que às 11 da noite, sem carros à vista.
Quanto ao resto, a
tranquilidade da minha consciência é bem mais importante que os olhares que
recebo e, sabe-se lá, os mimos que a meu respeito são ditos.
Texto e imagem: by
me
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