sábado, 21 de janeiro de 2012

Buracos




É uma daquelas coisas que me faz sair do sério.
Irrita-me! Incomoda-me! Odeio ter que o fazer!
Emparelhar meias depois de lavadas e secas.
Vivi com este desagrado durante anos e anos, até que um dia resolvi a coisa: comprei uma data (vulgo – muitos) pares de meias iguais. Iguaizinhos: da mesma marca, da mesma cor, do mesmo modelo.
Assim, quando as vou guardar depois de secas, limito-me a atirá-las para dentro da gaveta. E quando, de manhã, vou por um par lavado, basta-me agarrar quaisquer duas, que estão sempre emparelhadas.
No entanto, tudo na vida tem um fim, excepto a salsicha, que tem dois.
Com o passar dos tempos, elas (as meias) vão-se rompendo e vou-as deitando fora. Com alguma pena minha mas, apesar de ter ovos de madeira, não tenho vista nem paciência para as passajar.
Significa isto que vou reduzindo a quantidade de meias iguais que tenho. E que, um destes dias, terei que ir a uma loja que as venda e tornar a fazer um bom stock de meias iguais. Guardando as que tenho para situações de emergência, naturalmente.
Porque continuo a detestar emparelhar meias. Até porque, e se outros motivos não existissem, tê-las todas arrumadinhas e certinhas na gaveta dá-me a sensação que eu mesmo me tornei metódico e organizado. E isso assusta-me.

Texto e imagem: by me

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