quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Menti!




Pois menti!
E menti comos dentes todos! Com os que tenho e com aqueles que já não tenho!

A coisa surgiu há já mais de dois anos, quando fui obrigado a mudar de contacto telefónico, para impedir que questões de trabalho atrapalhassem a minha vida pessoal. De então para cá, só quem eu prezo e quero conhece o meu número. Foi uma decisão óptima, que metem trazido paz e qualidade de vida.
Há coisa de uma a duas semanas, alguém que conheço virtualmente afirmou que deixara de possuir telefone. Anúncio estranho, nos tempos das auto estradas da informação e das tecnologias de informação. Trocámos algumas palavras e não pude deixar de lhe dar razão.
Hoje, numa companhia de seguros, onde fui tratar de alguma papelada relativa a um acidente de trabalho, quiseram saber o meu contacto telefónico. Saiu-me com a maior das naturalidades. “Não tenho!”
Não tinha pensado em o afirmar e menos ainda andar por aí a mentir desta forma, mas soube-me tão bem dizê-lo que as justificações que em seguida tive que dar para justificar tal “enormidade” foram bem mas fáceis e naturais que ter que justificar que não dizia o meu número a bem da minha privacidade.
O meu ar menos comum, quiçá excêntrico, ajudou a dar veracidade à coisa, pelo que o contacto com que ficaram foi o do correio electrónico, no caso o do trabalho.
Perfeito! Garantidamente que me não irão atrapalhar a vida quando eu não o quiser, sem deixar de poder receber as mensagens que tiver que receber.
Não sou mentiroso por natureza, nem tal prática é coisa que recomende. Nem pouco mais ou menos. Mas, neste caso, e sem perder a autonomia que quero ter, bem como a privacidade que entendo dever ter, esta fuga à verdade não só se justifica como se recomendo.
Obrigado a quem acendeu a faísca próxima que fez rebentar esta minha faceta, desconhecida, de mentiroso.

Texto e imagem: by me

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