sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Tecnologias de informação




Nesta minha saga recente, fui para as urgências do hospital de Santa Maria.
Aqui fizeram-me um primeiro curativo, inscrevi-me, fui para a triagem, fui visto por um médico, mandaram-me fazer um raio X, fui visto e engessado por um Ortopedista e mandaram-me ir buscar um CD com os exames para, com eles, ser seguido no hospital da minha área de residência.
Até aqui tudo bem e normal, sem maus tratamentos nem tempos de espera desesperantes, excluindo que, para quem está em sofrimento, dez segundos parecem duas horas.
A parte gaga da história acontece em seguida.
No hospital Amadora-Sintra, o ”meu”, não têm como ler os CDs. Os computadores dos gabinetes das urgências não têm leitores. O que significa que aquilo que levava no bolso e que, pensava eu, iria poupar tempo, trabalho e despesas, de nada serviu.
O que acabou por servir foi um papel, com “letra de médico”, escrito em Santa Maria, por uma médica que não me observou mas que apenas o preencheu com base no tal CD. E depois de eu ter andado de um lado para o outro a pedir, quase que por favor, por um qualquer documento que me permitisse ser seguido no “meu” hospital.
Esse documento chama-se “relatório clínico” e, ao que soube à boca pequena, há ordens em Santa Maria para que não seja emitido senão a pedido do doente. E demora oito dias a ser entregue.
Mais tarde, e no meu posto de saúde para tratar da papelada da baixa, fiquei a saber que também ali não têm como ler o tal CD que, apesar de instalado, está bloqueado.
O ar de desespero e de conformismo de ambos os médicos – nas urgências do Amadora-Sintra e da minha médica de família – contavam tudo. Tudo o que muitas vezes têm que suportar perante a falta de organização e as ideias brilhantes de quem toma decisões mas não está no terreno.
O cúmulo do caricato é o eu ter sabido, em ambos os locais, que se tivesse eu copiado o conteúdo do maldito CD para uma pen tudo se teria resolvido, que as portas USB dos computadores que usam estão acessíveis e desbloqueadas.
Fica o recado: se algum dia vos derem um exame médico em suporte CD, tratai de o copiar, em casa, para uma pen e levai ambos.

Texto e imagem: by me

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