O futuro traçado pelas estrelas, a vontade dos deuses, as profecias, os livros do destino, as inevitabilidades…
Tudo isto são expressões ou subterfúgios encontrados pelo Homem para justificar aquilo que não pode ou não quer explicar ou alterar.
E têm sido estas expressões que têm alimentado e mantido as ditaduras, as oligarquias, as repressões. Os submissos vão encolhendo os ombros, aparentando indiferença e classificando aquilo que os incomoda e oprime como inevitável ou imutável.
Porque inverter tendências, alterar rumos e enfrentar os “Eles” todo-poderosos dá trabalho, é arriscado e socialmente reprovável.
Usar da espada ou da pena para agitar o fundo do lago, quebrar a paz podre ou gritar que o rei vai nu, é pedir o apodo de louco varrido ou de perigoso revolucionário, correndo-se o risco de se ser enfiado num quarto almofadado ou numa masmorra escura ou, nalguns casos, atado na fogueira ou no poste.
Mas o pior de tudo é ouvir os brados dos conformistas sobre a inevitabilidade dos factos e a inutilidade dos protestos. Que não sei se gritam contra quem protesta se para abafarem o remorso de ficarem calados!
By me
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