É, talvez, um
defeito que tenha. Entre muitos.
Não sou capaz de
fazer uma imagem sem que em torno dela exista algum tipo de história ou estória.
Talvez que seja
defeito profissional, mas o certo é que nem mesmo quando executo uma imagem (videográfica
ou fotográfica) a pedido, com especificações bem definidas, tenho que ter essa
estória ou história cá dentro para entender o que estou a fazer.
E se acontecer não
me serem dadas pistas sobre elas – as estórias ou histórias – invento-as eu
mesmo. Uma qualquer coisa que justifique o que estou a fazer.
Faço melhor o que
faço se as inventar? Umas vezes sim, outras nem por isso, mas certo é que, pelo
menos, estou a perceber o que estou a fazer. E, como costumo dizer, “Se eu souber,
sei como”.
Quando não são
imagens pedidas por outrem, são sempre imagens pedidas por aquele “chato” que
habita algures cá dentro. Com esse o diálogo nem sempre é fácil. Que umas vezes
invento eu o porquê, outras diz-me ele o porquê e eu que invente o como.
Neste caso a
estória foi a nostalgia. A nostalgia que um fim de dia numa estação de caminho
de ferro de longo curso sempre me provoca, e a vontade tremenda de mandar às
urtigas o destino que tinha previsto e partir no da outra linha, vá para onde quer
que vá.
O como foi mesmo a
luz. Estava mesmo a jeito, baixinha, amarelinha e a atravessar o tal comboio
que desejaria ter tomado.
Depois, foi só
usar da ferramenta principal de quem lida com imagem, e explorar várias
perspectivas.
Uma delas foi
esta.
Texto e imagem: by me
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