Numa entrevista a um jornal, Lobo Antunes afirma que gostaria de morrer com uma caneta na mão.
Sem estar a fazer qualquer tipo de comparação, e não tendo eu nem pressa nem vagar para tal data, também eu gostaria de morrer com algo na mão: Uma câmara fotográfica.
E sendo certo que qualquer câmara fotografia produz boas fotografias, desde que saibamos dela tirar partido e conhecer as suas limitações, esta seria uma das que gostaria que estivesse na minha mão: uma Linhoff Master Technika.
Em tempos tive uma Kardan 4x5 e uma Technika 70, esta semelhante à da imagem e que produzia imagens 6x7 ou 6,5x9. A que aqui vedes produz imagens 9x12cm ou 4x5” (ou menores, dependendo do chassis) e tive o privilégio de ter uma na mão há dias, numa loja.
Pesa que é um disparate – 2,6 Kg, sem objectiva ou carregador de película – e o seu manuseio implica, para além de algum trabalho de ginásio, um prática considerável.
Mas pegar numa coisa destas, ver a perfeição dos seus detalhes, o rigor dos seus mecanismos e a possibilidade de fazer fotografias de campo, apercebermo-nos de como podemos fazer as correcções de perspectiva e profundidade de campo, ver a imagem no vidro despolido… Já nem quero falar no que é ver um diapositivo (vulgo “slide”) com nove por doze centímetros.
Gostaria de morrer com uma câmara na mão. E, se puder escolher, esta seria perfeita!
Imagem: in lihoff.de
Texto: by me
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