quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"Lendas e narrativas"




E não sabia quem tinha sido Mem Martins. Nem sabia a história de Dom Fuas Roupinho e a Senhora da Nazaré. E tinha uma ideia vaga sobre a Padeira de Aljubarrota.
São lendas e histórias que fazem parte da História de um povo e da sua cultura. Não o saber, bem como a outras, é renegar as origens, é renegar o passado. Passado esse que está na génese do que somos hoje.
Estas histórias, e outras, aprendi-as na então chamada escola primária. Mais tarde relembrei-as ao ler no liceu autores portugueses que as referiam. Não tenho chegado a conhecer a menina dos não sei quanto olhos nem ter levado reguadas, tive que saber isto e bem mais.
É verdade que no tempo do estado novo as referências à história e aos heróis nacionais eram um dos pilares do sistema. Também é verdade que desde 1974 parte deste misticismo foi posto de lado, procurando que a história se sobrepusesse às lendas. Mas uma coisa é história, outra é lavar o passado.
Esta ignorância (e falo de alguém com casamento feito e filho em casa) recorda-me uma estorieta lida recentemente já não sei onde:
“Pergunta a professora para o Joãozinho: Quem foi o responsável pelo pinhal de Leiria?
Responde o puto: O quê? Isso também não está pago?”
Lendas e piadas à parte, o saber da história e da cultura do povo é tão vital quando o saber quem vai ser expulso da casa tal ou sobre os movimentos da globalização.

Texto e imagem: by me

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