Branco é,
galinha o põe!
Primeiro o ovo
ou a galinha?
Cai no chão
fica amarelo!
O ovo!
Símbolo da origem da vida, da fecundação.
Base de um sem número de pratos e acepipes,
do clássico estrelado à mais sofisticada omeleta. (Nunca percebi porquê
“omoleta” e não “ovoleta”)
De chocolate. Com prendas dentro. Pintado.
De Páscoa.
Colombo tê-lo-á posto em pé, após uma
aposta.
Devidamente preparado, transformável em
motor a jacto de um barco de papel.
Mas este não se parte, não se come, não tem
dentro seja o que for que se tire e não está no início de nenhum ciclo de vida.
É, antes, o meio e o fim de um ciclo.
De madeira, o fim do ciclo da árvore e o
meio do ciclo da meia.
Ou pelo menos era, em tempos de antanho.
Antes do consumismo desenfreado dos tempos
que correm, não havia caixa de costura doméstica que se prezasse que não
possuísse um.
Colocado dentro de uma meia, na zona onde
esta se tivesse rompido com as agruras do calçado ou os ácidos da transpiração,
servia para deixar bem esticado o tecido a fim de ser passajado. Reconstruído.
Recuperado.
As mais das vezes à noite, ao serão, depois
dos verdadeiros ovos terem sido cozinhados e deglutidos.
Encontrava-se à venda em todas as
retrosarias, também em vias de extinção.
Hoje é peça rara, que quase que só por
encomenda se encontra. Como no caso presente, em que a loja que mo vendeu teve
que comprar uma caixa deles para satisfazer a minha encomenda. Suponho que
encerrará antes de conseguir vender os restantes onze exemplares.
Um euro e meio, numa loja de corte e costura
perto de si, caso se disponha atender um pedido estranho de um cliente
invulgar.
Texto e imagem: by
me
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