Há quatro anos foi
cometido um crime de morte em Itália.
Foi assassinada
uma jovem estudante que, segundo a autópsia, terá sido esfaqueada e violada.
Na sequência deste
crime, foram detidos e presentes a julgamento norte-americana, então com 20
anos e o seu então namorado, com 21 anos na altura.
O julgamento de
então considerou-os culpados e condenados a pesadas penas de prisão. Tendo sido
apresentado recurso, foram agora absolvidos.
Conhecem esta história?
Tem sido divulgada em tudo quanto é media, sério ou nem tanto. Alguns com
detalhes sórdidos.
O que se torna
estranho nesta coisa é que tudo quanto é órgão de informação inicia a notícia
citando o nome da acusada, agora ilibada: Armanda Knox. O nome do homem que com
ela foi julgado com os mesmos resultados aparece quase que por mero acaso nos
jornais e telejornais: Raffaelle Sollecito.
Então, porque
raio, tendo a coisa acontecido em Itália há quatro anos, não sendo nem vítima
nem acusados, nem nenhum outro envolvido, de nacionalidade portuguesa, tem este
caso honras de tamanha divulgação e apenas o nome da acusada, agora ilibada,
sido divulgado aos quatro ventos, citado como se fosse conhecida de tudo quanto
é público português?
Comentei a coisa
junto de alguém com responsabilidades editoriais de um órgão de comunicação de âmbito
nacional. Responderam-me que se ela não fosse norte-americana e não tivesse uma
máquina de propaganda tão bem montada a apoiá-la, nem sequer seria notícia o
desfecho do caso. Mas sendo quem é, quase nem se fala no nome do seu namorado
ou da vítima, ofuscados que são pela identidade da acusada, agora ilibada.
Assim se faz
informação em Portugal, com agendas e agências informativas a impor conteúdos e
as redacções e editores a dançarem de acordo com a música.
Texto e imagem: by
me
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