quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Um frame



Não! Esta imagem não foi feita por mim. Bem que gostaria, mas não foi.
Trata-se da silhueta de Peter Sellers, num filme realizado por Hal Hashby e com direcção de fotografia de Caleb Deschanel, em 1979. De seu nome “Being there”, em português “Bem-vindo, Mr. Chance”.
O filme, em si, é estranho, tranquilizadoramente estranho. E este frame, que faz parte de um plano com 10 segundos, talvez, é provavelmente a chave para desencriptar o enredo. Este e o plano final.
Consigo imaginar o trabalho em o fazer, as tentativas em se obter este resultado e as certezas do director de fotografia numa época em que não havia digitais nem registos vídeo a partir da câmara de cinema facilmente acessíveis. Experiência e fotómetro, apenas.
Mais que todo o resto do filme, em que a sequência de imagens é a expectável perante o enredo, sem grandes aventuras ou brilhantismos, esta em particular resulta sem sombra de dúvida daquilo que venho defendendo há anos:
“Se eu souber porquê, sei como”.

Gostava de o ter feito.

By me

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