No esquema do “roda-bota-fora”,
era a minha vez de pagar.
E enquanto eles se
preparavam para sair, arrumando-se e arrumando as tralhas, levantei-me e
dirigi-me à caixa, para o fazer.
A mocinha fez o
que deveria lá na sua caixa registadora e entregou-me o respectivo talão com as
parcelas e o total. Que eu tratei de conferir.
Não é desconfiar
de nada nem ninguém, mas há muito que me habituei a tal. Enganos qualquer um
pode ter e nada como conferir contas. Ainda bem que o fiz.
No registo lá da
maquineta faltava um item, que logo identifiquei e avisei disso.
Novo registo,
desta feita individual e um segundo talão de caixa. Faltava apenas somar um e
outro para se obter o saldo final.
Rapidamente fiz as
contas de cabeça, enquanto a mocinha procurava uma máquina de calcular, que não
tinha. E olhou para mim com ar de desconfiança quando lhe disse o total da adição.
Não sei se não acreditando na quantia que lhe havia anunciado, se na minha
capacidade de fazer contas de cabeça.
Mas não me
atrapalhei. Rapando do telélé, tratei de
activar a calculadora que nos mostrou o mesmo que lhe tinha anunciado.
Ficou com um sorriso amarelo, recebeu o que havia a receber, fez o troco
arredondado que lhe indiquei e saí.
Saí com a tristeza
profunda de haver cada vez mais e gente incapaz de uma simples conta de somar,
mesmo que com casas decimais, mas com uma grandeza desta ordem.
Com tantas estatísticas
sobre os resultados escolares, sobre o como a matemática é a eterna “bruxa
maldita”, com tantos projectos educativos, inovadores ou especiais, onde fica o
principal objectivo dessa disciplina: organização e lógica?
É-me pouco
importante que se seja capaz de fixar fórmulas resolventes, ou a área de uma
superfície. Menos ainda que se saiba de trignometria ou calculo vectorial. Ao
fim e ao cabo, é para isso que existem as maquinetas modernas, digitais,
capazes dos mais elaborados cálculos. Mas uma simples adição?
Quem anda a
chumbar, ano após ano, são os ministros e pedagogos que definem currículos e programas,
cada vez mais complexos e completos, deixando de parte o vital: saber pensar!
By me
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