Imagine que está
num jardim.
Num recanto, não
muito exposto, encontra para lá dos arbustos um casal que se beija
apaixonadamente.
O cenário é idílico,
a luz fabulosa, a pose fantástica. E, não resistindo, faz umas fotografias.
Que, mais tarde em casa, constata serem particularmente boas, daquelas em que
tem orgulho em ter feito.
Não resistindo a
uns quantos de possíveis likes, bem como a uns comentários elogiosos, publica
uma ou duas numa rede social. E o que espera é ultrapassado, que a qualidade
das fotos é mesmo boa, e é partilhada por diversos amigos.
Uns dias depois,
numa página interior de um jornal, vê a notícia de um suicídio, acompanhado de
uma fotografia. Reconhece, de imediato, aquela que havia fotografado e vai ler
o texto. O marido dela havia descoberto que ela tinha uma relação extra
conjugal através das fotografias que você havia feito e divulgado.
Estranha esta história?
Inventada? Nem tanto.
Por aquilo que li,
é mais ou menos o que está a acontecer com a divulgação on-line dos dados de
uma empresa que se dedica a proporcionar aventuras fora do casamento. Naquilo
que li, já há dois suicídios ligados com isso.
Quando fotografar
alguém desconhecido, pense que está a fazer um registo de uma existência da
qual nada sabe e que a sua fotografia pode alterar radicalmente.
A chamada “fotografia
de rua” é isso mesmo, apesar de ter o apodo de “arte”.
A imagem? A que
acompanha o artigo de jornal que referi.
By me
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