Enquanto fotógrafo,
e ao serviço de um cliente, vou a um local de trabalho e fotografo alguém.
Tenho apenas a anuência
verbal dessa pessoa em ser fotografada, nada de escrito, nem a autorização
respeitante ao ou aos usos a dar a essas fotografias.
O trabalho é
entregue ao cliente e este usa-o para fins publicitários, envolvendo a pessoa
fotografada em imagens ou mensagens falsas.
Que nome terei eu,
fotógrafo, numa situação destas? Que não acautelei, enquanto profissional
consciente, os direitos da pessoa que fotografei e cuja imagem, por mim
vendida, foi usada para fins pouco éticos?
Não sou o fotógrafo
envolvido no caso descrito. Nem o caso está identificado, pese embora esteja a
ser bem divulgado pelos media portugueses por estes dias.
Não trabalhei para
aquele cliente, nem nunca trabalhei ou trabalharei para nenhum cliente daquele ramo
de negócio. Por uma questão de ética pessoal, recuso-me a trabalhar nessa área.
Mas se por mero
acaso fosse eu, garanto que passaria muitas noites em claro, com remorsos. E
trataria de pedir públicas desculpas à vítima fotografada.
Mas eu faço questão
de me reger pelo meu próprio código de conduta, esteja ou não escrito algures.
E, por vezes,
tenho vergonha de dizer que faço fotografia.
By me
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