Aquele prédio não
tinha piso térreo.
Foi moda, durante
anos, assim construir e ao nível do solo estão só os pilares de sustentação dos
demais pisos. Por vezes, muitos.
Ao nível da rua
apenas se encontra a caixa das escadas e elevadores, bem como as caixas de
correio. É o único espaço fechado no rés-do-chão. O demais é espaço aberto.
O aviso estava num
dos pilares, ao cimo de uma pequena rampa de acesso a esse espaço aberto. Bom
de ver que o prédio tem acesso a pessoas com mobilidade condicionada, apesar de
o declive ser acentuado.
Parei no passeio a
observar tudo aquilo: o aviso, os pilares, a rampa, a zona de estacionamento em
redor, a caixa das escadas… Enquanto ali estava, um casal jovem que saíra de um
carro subiu a rampa, olhando-me de soslaio, e entrou no edifício.
Faltava-me apenas
ver uma coisa e alarguei o raio de alcance do meu olhar em busca disso: um
café. Havia um mais lá ao fundo, onde me dirigi.
Como esperava,
atrás do balcão, parcialmente tapado por garrafas, máquina de café e respectivo
moinho, caixas de pastilhas e o mostrador da balança, lá estava o que
procurava: um espelho na parede.
E enquanto ia
dissolvendo o meio pacote de açúcar no líquido quente, fui-me observando com
dificuldade no espelho. Tinha que tirar as dúvidas. Quando saí, já não as
tinha.
Por aquilo que
pude ver, aquele aviso dirigia-se notoriamente para mim. Não subi a rampa.
By me
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