Não me importo com
o que faz na vida: arrumar carros, camiões ou petroleiros.
Ainda que nem
sempre se enquadrem na categoria de “esteticamente perfeitos”, desde que me
cativem e eu tenha oportunidade, fotografo-os.
Mesmo que seja em
troca de um pedido de cigarro ou que tenha que ser a correr, que o companheiro,
que está lá ao fundo, pode não gostar.
Depois… Depois vem
a pergunta sacramental: “Mas porque é que quer fotografar os meus olhos?”, ao
que respondo, sempre sem mentir: “Porque gosto de fotografar coisas bonitas e
os seus olhos são muito bonitos.”
O sorriso, ainda
que desdentado e encimando uma barriga publicitariamente destapada e já notoriamente
grande, foi genuíno. Breve mas genuíno!
Por uns momentos
Maria q’Arruma voltou a ser Maria Bonita. E a carícia que fez no seu ventre repôs
os dentes em falta, limpou-lhe as roupas, penteou-lhe os cabelos.
Depois… Depois
veio um cliente e ela correu como pôde, que há que estar por perto ou não há
moedinha.
(As mais das
vezes, a importância de uma fotografia não está no seu resultado plástico, mas
no facto de ter acontecido.)
By me
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