A memória, por
vezes, prega-nos partidas.
Saio de casa, nem
tarde nem cedo. A tempo de cumprir os meus horários laborais, felizmente fora
das chamadas “horas de ponta”.
Cá fora, o tempo não
está nem bom nem mau. Céu limpo, sol intenso já, avisando do calor que se fará
sentir.
Mas só o sol, que
o ar ainda não aqueceu. E as sombras são frescas.
E foi nesse
contraste de luz e temperatura (o sol ainda baixo, o ar fresco mas a luz bem
quente já) que dei um salto no espaço e tempo.
Isso e o ver um
bando de pombos, à sombra de um arbusto, a debenicar o chão como costumam.
De súbito,
senti-me a uns 1200 Km, em Barcelona, onde o ar da noite e madrugada é fresco,
o sol percorre um arco bem mais baixo que em Lisboa, e, quando lá em cima e de
verão, é impiedoso.
E recordei-me o
que é ou foi o sair do alojamento ainda pela fresca para conseguir chegar ao
destino a visitar antes que a força do calor chegue.
Acho que estou a
precisar de carregar baterias por lá, não apenas com as ruas, pedras e gentes,
mas com galerias e museus, trazendo de volta outras formas de ver e sentir.
By me
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