quarta-feira, 2 de março de 2011

Golpadas



No DN de hoje, na sua versão on-line, leio o que a seguir se transcreve:

Autarquia reduz frota automóvel e passa a usar táxis
A câmara municipal de Lisboa vai reduzir mais 61 viaturas à frota que dispõe e fazer um acordo com empresas de táxi, para os funcionários usarem um 'táxi-voucher'
Na apresentação da estratégia de mobilidade eléctrica para a cidade, António Costa revelou que em 2007 a câmara dispunha de 586 viaturas ligeiras e que actualmente esse número é de 270.
"Vamos reduzir em mais 61 veículos e diminuímos o número de pessoas com direito à viatura", anunciou. Como os funcionários deslocam-se dentro da cidade, a solução passará por utilizarem um 'táxi-voucher', um serviço pré-pago.
Estas alterações possibilitam, segundo o autarca, poupanças nos custos das viaturas, consumos, motoristas e manutenção. A frota será ainda requalificada para energia eléctrica e em 2013, 80 por cento dos veículos de recolha de lixo serão movidos a gás natural.
O próprio António Costa disse que há três semanas que utiliza uma viatura eléctrica, tal como o vice-presidente da autarquia e a vereadora das Finanças. Todos os 17 vereadores da câmara também vão passar a usar este tipo de viaturas, que serão adquiridas através da central de compras do Estado.

Só mesmo para tirar as teimas sobre esse serviço de táxis e os seus preços, procurei na net – e encontrei – o tarifário. Que veio confirmar aquilo que eu mesmo pensava.
O serviço de táxi, normalíssimo da Silva, do aeroporto de Lisboa para minha casa, com bagagem incluída, custa, ao taxímetro, pouco menos de 28 euros. Em tarifa nocturna, a mais cara.
No entanto, se no respectivo balcão do “Táxi Voucher” no aeroporto, eu comprar a mesma viagem, e porque o sistema é por coroas, custar-me-á a módica quantia de 48.60 euros.
Sendo que o serviço Táxi Voucher é “acarinhado” pelo turismo de Lisboa, e que é recomendado para evitar as já classicas “golpadas” de alguns motoristas de táxi menos honestos, pergunto-me quem, na prática, está a “golpear” quem.
E pergunto, também, se o município alfacinha, ao alinhar com este sistema, aparentemente em benefício dos munícipes com uma aparente redução de despesa, estará de facto a reduzir essa despesa ou a encapotá-la, com notáveis acréscimos e benefícios para privados. À custa dos contribuintes incautos.

Texto: by me
Imagem: algures na web

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