quarta-feira, 16 de março de 2011

Este é meu



Gosto deste candeeiro. Está no meu bairro, junto à estação de caminho-de-ferro, tal como outros iguais, duplos ou singelos.
O que me leva a gostar deste candeeiro em particular? Vários motivos, cada um de seu género bem distinto.
Para já, e porque sou fotógrafo, ele emite luz, quando o sol está escondido. E a luz é a minha matéria matéria-prima. Um candeeiro de rua, não fazendo a vezes de sol, faz com a sua luz uma outra ambiência, tantas vezes estranha. E boa de fotografar.
Depois porque quem o desenhou soube usar de linhas curvas, rectas e quebradas de forma harmoniosa. Ainda que a perspectiva aqui mostrada não o evidencie, o modo como se “abre” a partir do poste central para os três suportes das lâmpadas tem uma suavidade e naturalidade que quase não parece feito pela mão humana. A sua simetria dá-lhe o toque que a natureza, em regra, não produz.
Por fim, mas não menos importante, porque me parece robusto. Ainda que a sua estrutura seja tubular, os três braços no topo confere-lhe uma boa dose de equilíbrio. Senão real, pelo menos aparente.
E é essa robustez e equilíbrio que eu quero aproveitar. Quando chegar o dia, este candeeiro é meu! Para nele pendurar pelo pescoço uns quantos que eu cá sei.
Neste só cabem três. Mas se os outros não forem ocupados por mais ninguém, o que me não falta são candidatos ao penduranço.
Olhar para este candeeiro faz-me pensar nesse dia. Até porque o nó já o sei fazer!

Texto e imagem: by me

Sem comentários: