Cá em casa bebe-se
café! Em chávenas grandes, quente ou frio.
Faz-se o café cá
em casa numa velhinha máquina de café de saco, com filtros de papel. Não sei,
ao certo, a idade da máquina, mas tem durado, durado, durado… como as pilhas.
Cá em casa o café é
comprado já moído e o respectivo pacote despejado para uma lata que tenho. E,
de cada vez que se faz café cá em casa, usam-se duas medidas destas na máquina.
Cá em casa o café,
tal como outras coisas relacionadas com culinária, faz-se “a olho”. A medida de
plástico é metida vazia dentro da lata e sai cheia, a deitar por fora. Bem ao
contrário de como, cá em casa, se revelam filmes em preto e branco.
Por vezes a medida
não sai da lata tão cheia assim. Ou porque a lata está quase vazia, ou porque a
pressa é grande, ou porque ainda é muito de madrugada.
Nessas ocasiões, cá
em casa acrescenta-se uma terceira dose, bem mais pequena e também “a olho”,
que pareça conter o que faltava numa das outras.
Hábitos cá de
casa.
O que nunca houve
cá em casa, nesta casa ou em qualquer outra em que tenha vivido o mais de meio
século que levo, é um gato. Motivos vários têm justificado o não haver gato cá
em casa: uns mais cordiais, outros mais humanos, outros mais egoístas, p’la
certa. Mas nunca houve um gato cá em casa.
Agora pergunto eu:
Onde raio fui
buscar eu um destes dias a frase “esta é p’ró gato” ao recorrer do reforço da
medida de café?
A cultura e a sua
ancestralidade é danada para a brincadeira. E o que está cá dentro guardado sob
camadas e camadas de conhecimento recente, nem sempre útil, vem à tona e
manifesta-se quando menos esperamos.
Talvez um dia me
recorde do onde ouvi a expressão. Ou talvez um dia tenha um gato cá em casa que
justifique o usá-la.
By me
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