terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Mysterious Lady





É mania minha preferir que a luz que manuseio venha do lado oposto da câmara. Tenho vindo a contá-lo e a mostrá-lo, de um modo ou do outro.
Mas nem sempre é fácil!
Uma fonte de luz, natural ou não, provoca sempre uma sombra. E esta pode não ser do nosso agrado. Ou bem porque o contraste é muito elevado, ou bem porque a zona onde cai nos incomoda, ou bem porque evidencia aquilo que não queremos…
Uso da luz do sol, que tanto nos agrada tantas vezes, será e é terrível no espaço. Não há superfícies em redor para diminuir o contraste entre o que as zonas que a recebem e o restante, que está na escuridão total. Ao invés do que fazemos cá em baixo, no planeta, em que o chão, as paredes, o arvoredo, as nuvens e a própria atmosfera servem para atenuar contrastes.
Uma luz que venha de frente para a câmara provoca, sempre, sombras para o nosso lado que nem sempre nos convêm. Donde, há que as trabalhar, acrescentando outras luzes, geradas ou reflectidas, para as ter sob controlo. Mas, e essa é a minha abordagem, deixando sempre perceber que a luz vem do outro lado, do lado de lá do assunto.
Este é um desses exemplos em um dia em que tinha tempo e espaço (não muito) me apeteceu fazer.
Tinha visto esta máscara à venda, pela qual me apaixonei e à qual não resisti.
A grande dificuldade era saber como a fotografar. Ela é vertical e eu tenho uma notória aversão às fotografias verticais, só recorrendo a elas em último recurso.
Tal como, tendo que mostrar o mistério implícito numa máscara, não poderia deixar de mostrar a sua suavidade e sensualidade.
Foi isto o que consegui fazer, mantendo os objectivos propostos, acrescidos da terrível dificuldade de estar a lidar com tecidos acetinados e veludos densos e absorventes.
Talvez que tenha complicado o que poderia eventualmente ser simples. Mas certo é que para esta imagem usei, se bem me recordo, seis flashs.
E um cheirinho de edição apenas e só para obter a proporção horizontal/vertical de que gostei e apagar as duas malditas linhas pretas que sustinham a máscara no ar e que não consegui neutralizar de outro modo.
Se está conseguida? Quase, quase, mas não completamente.
Um destes dias, passados que são uns cinco anos sobre o fazê-la, e em tendo paciência, irei refazê-la, tentado corrigir um ou dois erros que nela agora vejo.

By me

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