domingo, 18 de janeiro de 2015

Divindades



Para que se saiba:
Esta é a representação de uma das duas divindades da minha existência.
Claro que nestas coisas de fé de nada adianta explicar. Fé é fé e pronto!
Mas vou tentar, apesar de tudo.
Desde logo porque é delas que advém a vida. E sabemos que a vida é sagrada. Claro que há por aí uns mitos que dizem que não, que pode haver vida sem que ambos intervenham. Um deles é o “son of a gun”, mas já está provado que não passa de um mito.
Em seguida, e venha lá alguém tentar demonstrar o oposto, todos os seres humanos a elas recorrem. Várias vezes por dia. Durante toda a vida. E quanto maior a aflição, maior a satisfação por o fazerem.
Mais ainda: o recurso às divindades tanto pode ser individual como aos pares como, em situação de excepção, em grupos. Regra geral com satisfação de todos os intervenientes na cerimónia.
Acrescente-se que todos os lares dispõem de pelo menos dois locais de culto, um individual, outro colectivo. Em ambos a concentração e dedicação é quase integral. Claro que também há locais de culto colectivo, um pouco por toda a parte, com a característica especial de serem dedicados a uma ou outra divindade em separado. Como curiosidade adicional, saiba-se que é nestes locais de culto publico que mais se encontram ícones espalhados pelas paredes, desenhados com maior ou menor arte, mas sempre com fervor.
Saiba-se também que é nos momentos de maior desacato ou instabilidade que se invoca o nome das divindades, quer como vocativo quer recomendando piedosamente a terceiros o recurso ou socorro de uma ou de outra das divindades. Infelizmente, sabemos que estas bondosas recomendações não são seguidas, tendo por consequência a total ausência de paz e amor que tão bem conhecemos.

Pelos motivos acima expostos ficam todos avisados que não aceito gozos, brincadeiras, invocações em vão, caricaturas ou o que quer que possa insultar ou menorizar as duas divindades ou a minha fé, em conjunto ou em separado.
Os sacrílegos serão punidos por alguma das divindades na ocasião apropriada ou, não o sendo possível, por mim mesmo.


By me

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