sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ao cair da tardinha





Fiz a fotografia só para não dizer que não tinha feito. Ou, de outro modo, por vício.
Mas se o dia estava a acabar assim do ponto de vista solar, ainda eram horas de acontecer tráfego intenso e comércio aberto.
E, aproveitando o estar nas imediações e o dia laboral já ter terminado, fui meter o nariz numas montras que não visitava fazia tempo. Não para gastar, que não há como, mas só para manter o vício.
Olhando para um prédio que tem uma dessas montras, constato que a meia altura está uma faixa de uma formação partidária. Estranhei o facto.
Se, por um lado, não me recordava de a ver por ali, o partido que representa desagrada-me até ao tutano.
Que se comungo com ele alguns princípios filosóficos, fico-me pelos princípios. As suas práticas oportunistas e demagogas têm-me desagradado profundamente, aproveitando eles todas as circunstâncias para se propagandearem como se de sabonetes se tratassem. Não gosto disso nem de alguns dos seus elementos destacados.
Mas estava eu a cogitar isto mesmo e abriu-se-me uma gaveta na memória: aquele local (prédio e andar) não me eram estranhos.
E, a menos que a gaveta estivesse errada, fora ali mesmo que há uns anos valentes eu tivera uma discussão das antigas numa empresa de promoção de viagens fraudulentas e em que eu quase fora burlado. Safei-me por pouco.
Passado algum tempo, uma conhecida minha fora enganada com um colchão “mágico”, vendido por uma empresa também burlona e que tinha sede no mesmo local. Tentei ajudá-la, mas sem sucesso.
Mais tarde soube de um conhecido que quase fora apanhado num sistema de time-sharing duvidoso. E na mesma morada.

Não sei com rigor exacto se seria o mesmo prédio e andar. A minha memória afiança-me que sim mas não o posso provar.
Mas a dar fé no que me recordo, à distância e recentemente, aquele local terá poderes de a ele atrair aldrabões, vigaristas, oportunistas, e outros -ões e -istas do vocabulário.
Talvez que maldição imobiliária, se isso existe. 

By me

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