Tenho para mim que
é da maior importância pedagógica a credibilidade do professor ou formador.
Aqueles que estão com
ele a aprender têm que acreditar nos que lhes é dito/explicado/demonstrado ou não
aprenderão nem metade: apenas decorarão o necessário para obterem boa nota na
avaliação.
Esta credibilidade
é natural no início dos trabalhos, mas não de grande monta. A menos que o
professor/formador seja de já de si de boa reputação.
É seu papel fazer
com que ela, a credibilidade, nunca decresça e, pelo contrário, aumente de dia
para dia.
Um dos métodos
possíveis e que usei para com os alunos ou formandos foi o assumir que não sei
tudo.
Na verdade não sei
e não vale a pena enganar-me. Mas muito pior que isso é enganar aqueles que
confiam em nós para aprender.
Quando acontecia –
e muitas foram as vezes que aconteceu – ser confrontado com perguntas ou dúvidas
cuja resposta eu não tinha por certa, era garantido que o dizia. “Parece-me ser
isto” ou “Tenho a impressão de ser aquilo”, foi a resposta que muitas vezes
dei, logo seguido de “Mas vou saber e cedo te responderei”.
E no dia seguinte,
ou semana seguinte, tinha a resposta para dar, com a certeza de estar correcta.
A enorme vantagem
disto (e para além de eu mesmo aprender aquilo que não sabia ao certo) é que quando
eu afirmava inequivocamente algo, isso era aceite por certo, pois eles sabiam
que se não fosse eu o diria.
Os alunos ou
formandos acreditavam em mim e, com isso, aprendiam mais facilmente e com certezas
no seu próprio saber.
Desde muito cedo
usei este método e nunca o dei por errado ou falível.
É talvez por isso
que tenho em pouca conta aqueles que asseguram tudo saber, sem nunca porem em
causa a eventualidade do erro. Mesmo quando confrontados com opiniões contrárias.
Estes, que bem se
sabem vender, fazem-no fazendo gato por lebre. E chamo-lhes “Bluf com pernas”.
Conheço alguns,
infelizmente.
By me
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