domingo, 11 de janeiro de 2015

Que maquinão





“Que maquinão!”, dirão alguns.

E é verdade. É grande.

Aquilo que não sabem os que possam ficar impressionados com o seu tamanho e bom aspecto é que esta câmara data do início do decénio de 1990.

Obtive esta agora, depois de um negociar o preço: acabei por não ganhar e paguei a enormidade de 15 (quinze) euros, parecendo estar em estado muito bom. Ainda estou para a testar a sério, depois de substituir as baterias e lhe colocar um rolo de 35mm.

Falta saber porque dei esta enorme quantia.

Porque em tempos tive uma, cuja história foi breve mas divertida.



Quando fui convidado a participar como técnico nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, tratei de separar a “tralha” fotográfica a levar. No fim de contas, não é todos os dias que se está num evento destes. Nem muitas vezes na vida.

Quando acabei de separar tudo, tinha a cama coberta de coisas: corpos, objectivas, flashs, filtros, suportes…

Olhei para tudo aquilo e disse que não poderia andar a carregar todo aquele saco todo aquele tempo, tanto mais que lá não estaria para fotografar mas sim para trabalhar.

Acabei por fazer uma opção radicalmente diferente: ir o mais leve possível.

Juntei uma lecas e comprei este modelo de câmara. Olympus IS 1000. Uma SLR “topa-a-tudo”, com uma objectiva 35-135, f/4,6-5,6, com tudo automático e tudo manual, mesmo que por botões e não por anéis. Na altura, um quase topo-de-gama neste género de câmaras.

Recordo ter dado 80 contos por ela.

Tal como recordo que a comprei numa manhã, antes de ir trabalhar. Naturalmente que, tendo um brinquedo novo, não deixei de a mostrar aos colegas que comigo estavam, elogiando-a e falando das suas características.

Disse-me um deles, que por sinal foi um dos meus mestres no trabalho que faço, que aquela, assim automática e manual, era a câmara que lhe convinha.

E logo ali combinámos um negócio:

Eu levava-a para Barcelona, usava-a nesse período de um mês e, em regressando, vendia-lha. Caso nada de grave entretanto lhe acontecesse. Na verdade, não era uma câmara que eu fosse usar no quotidiano por cá. E, para ele, era o ideal.

Combinámos o preço: 60 contos. Um bom negócio para os dois: eu tinha aquela câmara por um mês e isso iria custar-me 20 contos; ele comprava uma câmara quase nova e em bom estado por 75% do preço de nova.



Não sei o que lhe aconteceu entretanto, que o tempo e o uso por vezes é cruel.

Mas tropecei nesta igual na Feira da Ladra e não resisti.

Irei usá-la por uns tempos, assim lhe ponha baterias novas.



Falta acrescentar que o manual de instruções está na net. 

By me

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