“Que maquinão!”,
dirão alguns.
E é verdade. É
grande.
Aquilo que não
sabem os que possam ficar impressionados com o seu tamanho e bom aspecto é que
esta câmara data do início do decénio de 1990.
Obtive esta agora,
depois de um negociar o preço: acabei por não ganhar e paguei a enormidade de
15 (quinze) euros, parecendo estar em estado muito bom. Ainda estou para a
testar a sério, depois de substituir as baterias e lhe colocar um rolo de 35mm.
Falta saber porque
dei esta enorme quantia.
Porque em tempos
tive uma, cuja história foi breve mas divertida.
Quando fui
convidado a participar como técnico nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona,
tratei de separar a “tralha” fotográfica a levar. No fim de contas, não é todos
os dias que se está num evento destes. Nem muitas vezes na vida.
Quando acabei de
separar tudo, tinha a cama coberta de coisas: corpos, objectivas, flashs, filtros,
suportes…
Olhei para tudo
aquilo e disse que não poderia andar a carregar todo aquele saco todo aquele
tempo, tanto mais que lá não estaria para fotografar mas sim para trabalhar.
Acabei por fazer
uma opção radicalmente diferente: ir o mais leve possível.
Juntei uma lecas e
comprei este modelo de câmara. Olympus IS 1000. Uma SLR “topa-a-tudo”, com uma
objectiva 35-135, f/4,6-5,6, com tudo automático e tudo manual, mesmo que por
botões e não por anéis. Na altura, um quase topo-de-gama neste género de câmaras.
Recordo ter dado
80 contos por ela.
Tal como recordo
que a comprei numa manhã, antes de ir trabalhar. Naturalmente que, tendo um
brinquedo novo, não deixei de a mostrar aos colegas que comigo estavam,
elogiando-a e falando das suas características.
Disse-me um deles,
que por sinal foi um dos meus mestres no trabalho que faço, que aquela, assim
automática e manual, era a câmara que lhe convinha.
E logo ali
combinámos um negócio:
Eu levava-a para
Barcelona, usava-a nesse período de um mês e, em regressando, vendia-lha. Caso nada
de grave entretanto lhe acontecesse. Na verdade, não era uma câmara que eu
fosse usar no quotidiano por cá. E, para ele, era o ideal.
Combinámos o
preço: 60 contos. Um bom negócio para os dois: eu tinha aquela câmara por um mês
e isso iria custar-me 20 contos; ele comprava uma câmara quase nova e em bom
estado por 75% do preço de nova.
Não sei o que lhe
aconteceu entretanto, que o tempo e o uso por vezes é cruel.
Mas tropecei nesta
igual na Feira da Ladra e não resisti.
Irei usá-la por
uns tempos, assim lhe ponha baterias novas.
Falta acrescentar
que o manual de instruções está na net.
By me
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