domingo, 25 de janeiro de 2015

Mau feitio



Tive um companheiro de trabalho com quem me zanguei a sério. Até hoje.
Volta e meia acontecia que os nossos horários coincidiam e podíamos almoçar ou jantar juntos. Aconteceu anos a fio sem problemas, apenas condicionados pelas disponibilidades que as tarefas que fazemos nos deixavam.
Até que, um belo dia, apareceu ele todo pimpão com um smartfone e respectivo acesso instantâneo a mensagens em geral e do facebook em particular.
E era vê-lo sentado à mesa com mais uns quantos ou mesmo que apenas comigo, por vezes com conversas bem sérias do foro pessoal, tudo interromper para se dedicar às conversas virtuais.
Bera! Muito bera!
Chamei-o à razão algumas vezes sobre a falta de respeito em relação aos convivas, esse interromper de conversas porque alguém lhe mandava um simples “olá”.
De nada serviu.
Até um dia.
Sentados à mesa, com os respectivos pratos à frente, não lhe dirigi a palavra, lendo o livro que havia aberto. E mais ninguém sentado ali connosco.
Não gostou e disse-o. E quando lhe expliquei que estava a provar do seu próprio remédio, ainda levantou a voz.
Não mais aceitei partilhar a mesa com ele. Até hoje. Mas também não mais ele teve oportunidade de me desrespeitar.

Tenho mau feitio? Tenho, sim senhor! Mas há coisas de que não gosto e reajo em conformidade. E, enquanto posso, com urbanidade.

Enquanto posso!

By me

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