Certo: hoje é dia
um de Janeiro.
É aquele dia da
mudança de ciclo, perdão, de ano, em que se fazem sérios desejos que depois não
são cumpridos, cuja noite foi passada em claro ou quase, pelo menos por aqueles
que não têm que se levantar cedo neste primeiro do ano.
Também é a altura
em que se muda, ou mudava, o calendário nas paredes e as agendas nos bolsos ou
secretárias. Tradição velha, substituída pela electrónica de consumo.
Aqui, na minha
secretária (suponho que lhe posso chamar isso), tenho um já com uns anos de
vida.
Não se trata nem
de conservadorismo nem de pensar que o tempo parou. Trata-se, antes sim, de
guardar uma peça rara, devo dizer raríssima.
Feito por uma
artista que conheço, fez ela o especial favor de mo ofertar. E, como se não
bastasse ter sido uma oferta, tem a especial característica de ter o mês de
Fevereiro com trinta dias.
Poucos serão os
que se podem gabar de lhes ter sido oferecido um dia extra!
Disse-me ela que
se tratou de um engano. Ficarei sempre sem saber se o foi mesmo ou se se tratou
de uma desculpa para uma prenda assim diferente e única: um dia especial.
E não, não mostro
esse calendário. Este dia extra é meu, muito meu, e guardo-o naquele recanto
privado onde guardamos as coisas raras e preciosas. Basta que saibam que existe.
O que fiz com esse
dia também é privado!
By me
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