segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Ajudando





Quando quiser ser útil a alguém seja-o com simpatia e eficácia.
Em oferecendo-se para conduzir um cego numa zona de obstáculos ou que ele conheça mal ou de perigos automóveis, não o aborde por trás nem o agarre. A menos, naturalmente, que seja para evitar um perigo iminente.
Fale-lhe pela frente, sem o agarrar e ao alcance do braço.
Afinal, ninguém gosta de ser agarrado; um som súbito vindo de trás é uma surpresa desagradável; o tacto é um dos órgãos sensoriais vitais para um cego e ser ele a procurá-lo é como deixar um que veja vê-lo a si.
De seguida, e caso a ajuda seja aceite, no lugar de o agarrar, ofereça-lhe o seu próprio braço. De preferência do lado oposto à mão que segura a cana ou bengala.
São vários os motivos importantes para tal:
- Permite que ele continue a usar a sua cana ou bengala na mão a que está habituado;
- O facto de ser o invisual a segurá-lo faz com ele se encontre ligeiramente atrás, permitindo que seja você a chegar primeiro a um qualquer obstáculo;
- O facto de ele estar um pouco atrás faz com que a ponta da sua cana ou bengala esteja no chão quase onde você tem os seus próprios pés, irmanando-os na caminhada;
- Ser ele a segurar o seu braço permite-lhe aperceber-se de qualquer alteração de percurso ou velocidade que você tenha, muito mais facilmente do que se fosse você a segurá-lo;
- Por último, e regressando ao início, ninguém gosta de ser agarrado, principalmente se for um desconhecido.
Se o caminho passar por escadas e as houver mecânicas e convencionais, pergunte-lhe qual a que prefere. Nem todos os cegos se sentem confortáveis com escadas mecânicas, mesmo que tenham que andar mais para as evitar.

Todos podemos e devemos ajudar quem tem dificuldades que não as nossas. Mas isso implica, também, fazê-lo em função das necessidades específicas de quem é ajudado.
E a maior parte de nós, que andamos nas redes sociais, nem desconfiamos o que seja não ver. 

By me

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