sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Um livro



“…
The need for happiness is very individual, yet here and now I feel tempted to address the feeling of being coerced, the duty to be happy. And although the need for happiness is programmed in each of us, the society and its values orientations inevitably influence its form and intensity. In the age of construction and satisfaction of desires, the fear of being unhappy is probably the biggest obstacle to feeling happy, while the antonym of happiness has became the synonym of abnormality.
…”

Alguém dos que lêem estas linhas conhece a tradição ou a história da fotografia na Lituânia?
Pois então seremos pelo menos dois, já que eu também não.
Por isso mesmo, quando encontrei uma banca dedicada à fotografia naquele país lá do quase norte e frio, não resisti e fui meter o nariz.
Nada entendo do idioma, mas a senhora que ali vendia foi simpática, deu-me umas dicas, sempre em Inglês e quando lhe disse que queria algo representativo da fotografia lituana, perguntou-me se queria algo mais clássico ou algo mais louco. Textual.
Respondi-lhe a fotografia, de per si, já é um acto de loucura, rimo-nos e confrontou-me com três livros. Felizmente bilingues. O orçamento limitou-me a um: “Happiness in Lithuania”.
Um projecto de um fotógrafo, Mindaugas Azusilis sobre felicidade.
A fotografia junta é uma das que constam no livro e que me encanta particularmente. Um aparente erro técnico, uma quase, mas só quase, simetria, uma tranquilidade interior reforçada pela evocação da tranquilidade exterior, os jornais à disposição dos clientes, as mesas e cadeiras modernas e duradoiras… gosto do conteúdo desta imagem, de singela e complexa que é em simultâneo.
Mas gosto muito particularmente do formato das imagens, que é respeitado na íntegra no livro em que são publicadas. Assumidamente horizontal, com enquadramentos cujos centros de interesse estão quase ao centro mas que, no caso específico, se justificam em pleno.
Um excelente trabalho, que me deu vontade de conhecer mais.

Nota extra: recomenda-se, a quem procurar o seu trabalho, observar a luz natural usada e relacionar esta e a saturação de cor com a geografia e a localização do país.


O texto em Inglês no início faz parte da introdução da obra, um de três únicos parágrafos, já que mais nada faz falta.

By me

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