quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Seis e onze



Melros. Vários. Pardais também. Dois gatos, um preto, outro riscado. Nenhum deles deu sinal de ter dado por mim.
Um carro-patrulha, devagar e com as luzes de prioridade apagadas.
Um táxi, de Lisboa, a deixar um casal com uma criança de colo.
Uma senhora de idade, preta, de lenço na cabeça e rosário na mão.
Ao longe, bem ao longe que não havia vento, um cão.
Algures também ao longe, mas noutra direcção, um galo, apesar do negrume da ainda noite.
Três janelas acesas, mais a escada onde entrou o casal com o pimpolho.
A estação primava pela exuberância de luz, mas também pela ausência de passageiros. Só com o aproximar da hora do comboio, que veio atrasado, surgiram meia-dúzia como eu, só para não deixar o cais vazio.
O que quebrou esta pacatez foram dois homens que, com as suas malas, já etiquetadas, deveriam seguir para o aeroporto.
E, a bordo da composição, não vi revisor.

Em Lisboa o cosmopolitismo já se manifestava, com filas para o autocarro, táxis à espera de cliente (confidenciou-me o que me transportou que os tempos estão maus e há que procurar serviços para compor o mês) e gente a conduzir com a pressa de quem vai atrasado para o trabalho, seja lá ele o que for, a esta hora neste dia.

Já o meu, esse, foi normal, que a frase “The show must go on” aqui é verdade, sejam quais forem o dia e as tradições.

By me 

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