Melros. Vários.
Pardais também. Dois gatos, um preto, outro riscado. Nenhum deles deu sinal de
ter dado por mim.
Um carro-patrulha,
devagar e com as luzes de prioridade apagadas.
Um táxi, de
Lisboa, a deixar um casal com uma criança de colo.
Uma senhora de idade,
preta, de lenço na cabeça e rosário na mão.
Ao longe, bem ao
longe que não havia vento, um cão.
Algures também ao
longe, mas noutra direcção, um galo, apesar do negrume da ainda noite.
Três janelas
acesas, mais a escada onde entrou o casal com o pimpolho.
A estação primava
pela exuberância de luz, mas também pela ausência de passageiros. Só com o aproximar
da hora do comboio, que veio atrasado, surgiram meia-dúzia como eu, só para não
deixar o cais vazio.
O que quebrou esta
pacatez foram dois homens que, com as suas malas, já etiquetadas, deveriam
seguir para o aeroporto.
E, a bordo da
composição, não vi revisor.
Em Lisboa o
cosmopolitismo já se manifestava, com filas para o autocarro, táxis à espera de
cliente (confidenciou-me o que me transportou que os tempos estão maus e há que
procurar serviços para compor o mês) e gente a conduzir com a pressa de quem
vai atrasado para o trabalho, seja lá ele o que for, a esta hora neste dia.
Já o meu, esse,
foi normal, que a frase “The show must go on” aqui é verdade, sejam quais forem
o dia e as tradições.
By me
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