sábado, 13 de dezembro de 2014

O grito





Eu ouvi algumas declarações e conversas. Não terão sido todas, mas foram algumas.
E não me convence uma organização que aceita como legítimo, porque resultado da democracia, que haja gente a viver pior que outros porque o seu trabalho assim o paga ou os seus pais assim o propiciaram.
E se os fins não justificam os meios, também os meios não serão a panaceia universal.
E se uma organização, embrionária ou já madura, não defende que todos os seres humanos, sem excepções, têm que ter acesso a boas condições de vida, independentemente do ofício que exercem, defendendo por base estatutária o conceito de democracia e ancorando-se assim na vontade das maiorias, não contam comigo como forma de suporte.
Que a democracia (a vontade das maiorias) não pode considerar como excluídos ou menorizados aqueles que por nascimento ou por incapacidades de qualquer ordem, não conseguem argumentar numa tribuna, conceber um circuito integrado, realizar uma intervenção cirúrgica, fazer um jantar ou plantar uma árvore.
Uma sociedade justa, fraterna e igualitária não pode apenas defender o direito à qualidade de vida dos seus membros. Tem que promover a efectiva qualidade de vida.

Talvez que alguns argumentem que na actual situação, nacional ou internacional, a urgência está em resolver os problemas mais prementes - económicos - deixando essas questões para depois disso.
Mas resolver problemas prementes, continuando a aceitar as diferenças sociais, não é resolver problemas. É manter os existentes com outras cores e nomes.

By me

Sem comentários: