De manhã, depois de
se arranjar e tomar o pequeno-almoço, o meu tio Artur tinha uma rotina:
Ia consultar a sua
agenda de secretária (daquelas grandes e que laboriosamente se copiam de um ano
para o outro) e, em havendo motivo, descia os talvez cem metros até à esquina
da rua. Ai, entrava na estação de correios e enviava um telegrama de parabéns a
quem nesse dia aniversariasse e constasse da sua lista de amigos. Mesmo que não
o ou a visse há mais de vinte anos.
Acontecia isto há
uns cinquenta anos, quando não havia facebook e os votos de parabéns eram
sentidos e sinceros.
Hoje é impessoal,
automático e quase que imposto. E há quem fique indisposto quando não o recebe.
Por mim, e visto
que já não se usam telegramas, uso uma de duas modalidades, uma moderna, outra
velha de séculos: ou um telefonema ou pessoalmente. E, mesmo assim, nem a toda
a gente. Aliás, é mesmo raro fazê-lo.
Mas em o fazendo, é
sentido, de vontade e fruto de uma real aproximação e afectividade.
By me
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