No regresso do
cafezinho constato que o patamar de entrada do prédio estava a ser lavado.
Por muito que eu
não quisesse, por muito que eu esfregasse os pés no capacho, garantidamente que
iria deixar pegadas sujas naquilo que estava a ser limpo.
Com um sorriso
amarelo, dei a saudação a quem limpava e comentei sobre a inevitabilidade do
patinhar aquele espaço.
O sorriso que
recebi de volta foi triste. Mais triste ainda porque enquadrado pela cara
bonita que o suporta:
“Pois! Hoje não é
mesmo um dos meus dias!”
Quase que estive
para dar meia volta, fumar mais um cigarro na rua, apesar da temperatura, e
aguardar que todo aquele lajedo secasse. Pelo menos, assim, ela não veria o
destruir do trabalho que estava a fazer e pelo qual, quase que pela certa, nem
sequer é bem paga. Não o fiz!
Que são realmente
efémeras as limpezas que fazemos, tal como as pegadas que deixamos.
By me
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