É domingo.
De acordo com a
tradição, deverão os fiéis guardar o dia do Senhor, não trabalhando e indo celebrar
o culto.
Claro que isto aplica-se
apenas às comunidades cristãs e também apenas de há uns séculos a esta parte. Abrangendo
parte significativa dos seres humanos, mas não a totalidade.
Donde, sendo data
relevante, não é universal.
Universal mesmo é
o que acontece, transversal a todos os credos e tempos, independentemente das tradições
e culturas: o Solstício de Inverno.
Dia Maior, ainda
que menor, sempre foi considerado como especial. E, por sempre, entenda-se
desde que o ser humano começou a observar o universo em que se insere. Ou seja,
desde há milénios. Muito antes de a escrita existir.
As apropriações têm
sido muitas, com esta desculpa ou aquela justificação. Método antigo, esse de
impor numa data outra celebração para fazer esquecer a cultura anterior. Tão
antigo quanto o haver povos em conflito e um se dar como vencedor.
Mas se se podem
destruir templos e rituais, se se podem proibir manifestações públicas ou
privadas de ideias ou credos, se se pode fazer transbordar a falsa ideia que
felicidade é consumo, não se consegue apagar ou impedir que o universo rode e
evolua, e que a órbita terrestre se cumpra a cada 365 dias e uns trocos.
Hoje é o solstício
de Inverno e o clima, por cá, faz jus ao nome: está frio.
Já o tempo, esse,
por muito digital e algarismos que lhe coloquemos, continuará a ser um
movimento circular, alongado numa espiral.
Inflexível, incontrolável
e incontornável.
Hoje eu, agnóstico
convicto, renderei a minha homenagem à inexorabilidade do tempo e à infinidade
do universo, tentando encontrar a paz e o equilíbrio que podemos aprender com ambos.
O mais que faça
será fruto das minhas próprias limitações e ambições, reflectindo a minha própria
importância e efemeridade.
Bom Solstício para
todos!
By me
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