Lembro ter lido, já
não sei onde e há muito tempo, que o som que com menos volume e que mais facilmente
acorda um ser humano de um sono profundo é o vagido de uma criança.
Não me importa quais
as condições climatéricas! A minha rotina de fazer os cigarros do dia acontece
na cozinha e sempre com a janela aberta. Integralmente se estiver calor, só uma
fresta se estiver frio, mas esta janela está sempre aberta.
Assim, e na
rotineira tarefa de os encher, a minha mente voa para o exterior, por vezes
deixando-se levar muito para além daquilo que poderia ver se voltasse a cabeça.
Levado pelo marulhar das árvores, pelo monótono roncar dos motores lá mais ao
fundo, por algum pássaro que chama por companhia ou celebra a alegria de estar
vivo.
O único som que me
faz parar o que faço e espreitar p’lo vidro ou p’la balaustrada é o chorar de
uma criança, por vezes porque caiu, por vezes porque embirrou. Por vezes porque
é arrastada p’la mão de um adulto em direcção à escola, duas esquinas abaixo.
Constatada a inocuidade
do queixume, regresso à rotina. E nem sempre os pensamentos regressam onde
estavam.
Porquê desta
imagem? Bem, caos é caos, interior ou exterior.
By me
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