É verdade que sim:
estamos em Dezembro e falta menos de duas semanas para o Solstício de Inverno.
Ou de Verão, no hemisfério sul.
Data celebrada há
milénios, muito antes de se terem inventado as religiões monoteístas, com ou
sem figuras humanas. Disso temos vestígios megalíticos, um pouco por todo o
mundo, onde quer que o Homem existisse nessas épocas.
A noite mais longa
do ano convida ao convívio em torno do lar ou do lume e, em não sobrevindo o
sono, convida a que se contem histórias. Umas mais divertidas, outras mais místicas.
E sendo o Homem um
animal de hábitos, nesta noite especial contavam-se (contam-se) as mesmas histórias,
servindo também isto para manter tradições e cultura. Muito antes de a
alfabetização ter chegado a todos lares e o saber escrito fazer parte dos
objectos domésticos.
Assim, e mantendo
as tradições, aqui fica uma estórinha apropriada à época contemporânea, velha
de menos de uma dezena de anos, e com a mesma idade da fotografia.
Há muito, muito
tempo, numa terra muito, muito longe, o sr. Pilim e a srª Narta tiveram um
filho. Carinhosamente deram-lhe o nome de Dinheirinho.
Sabendo do
acontecimento e exultantes com a boa nova, de imediato três magos de reinos
distantes se dispuseram a venerar e ofertar. Vinham eles do reino do Fisco, do
reino da Banca e do reino do Comércio.
Ajoelhando-se à
chegada, logo lhe entregaram o que traziam: um cartão de crédito, um cartão de
cliente e um cartão de contribuinte. E disseram-lhe:
“Aqui tendes as
nossas oferendas. Acreditamos que com elas sereis maior e mais poderoso.
Usai-as como entenderdes.”
E assim aconteceu:
o recém-nascido cresceu, a sua palavra e influência espalhou-se pelos quatro
cantos do mundo e tornou-se omnipotente, omnipresente e omnisciente.
Os magos, por sua
vez, deram graças pelo seu desenvolvimento e trataram de erguer, em tudo quanto
é lugar, templos de veneração: Repartições de Finanças, Instituições de Crédito
e Centros Comerciais.
E hoje todos
acorrem aos locais de culto em datas como esta, fazendo as suas preces e doando
as suas oferendas, num ritual sempre acarinhado pelos sacerdotes.
By me
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