domingo, 28 de dezembro de 2014

As coisas boas da vida





O meu projecto “Old Fashion”, enquanto durou, funcionava assim:
Os fotografados colocavam-se onde lhes dizia, de pé, sem que lhes indicasse nenhuma pose. A única influência minha era o clássico “Olhó passarinho” imediatamente antes de premir o cabo disparador.
De seguida aproximavam-se de mim e da minha câmara e, enquanto a magia funcionava no seu interior, questionava-os eu, para posterior estudo, sobre questões inócuas.
O processo (“magia” e questionário) durava minuto e meio, mais coisa menos coisa. Particularmente pouco tempo, se pensarmos nos processos arcaicos de revelador/paragem/fixador/lavagem. Mas a minha magia era diferente.
Mas para os mais novos, minuto e meio é uma eternidade. Muitos foram os que perguntavam “Então? Nunca mais?!” em demorando mais a magia que as perguntas.
A minha resposta (frase feita, é verdade) deixava muitos deles a olhar para mim com olhar desconfiado. E um sorriso nos lábios, por vezes gargalhadas, nos semblantes dos mais velhos:
“As coisas boas da vida fazem-se devagarinho.”

Por “coisas boas” entendam o que quiserem. Continuo convencido da universalidade da afirmação, incluindo o que se refere a fotografia.

Nota adicional: A qualidade da imagem é o que é, mas é histórica. Feita com um telemóvel, daqueles que já faziam fotografias, foi a primeira que me foi feita em acção e a que tive acesso. Um especial agradecimento à minha amiga que ma fez. 

By me

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