Não
faço questão que me entendam. E muito menos que sigam as minha pegadas. Faço questão,
isso sim, que saibam!
Que
saibam que as pessoas não são caça, pequena ou grossa, que se leve para casa.
Que
as pessoas não são números, identificáveis nas pastas e arquivos das domus ou
grandes empresas.
Por
isso mesmo não fotografo pessoas desconhecidas. Muito raramente o faço. A
excepção é quando vêem para a rua protestar e exibir o seu protesto.
Aí
faço questão de lhes dar voz. Melhor, visibilidade.
E
quando fotografo alguém nestas condições, não estou a fotografar aquela pessoa
em particular. Estou, antes sim, a fotografar o protesto, ali materializado por
um ser humano. Um de muitos, centenas ou milhares.
A
excepção à excepção acontece aquando de manifestações de minorias. Minorias
que, individualmente, não têm voz, não têm espaço, não têm coragem ou
oportunidade de se afirmarem enquanto seres humanos com vontade de viver mas
guetizados por conservadorismos atrozes ou desumanidades incríveis.
As
pessoas não são troféus que quanto mais difíceis de encontrar e apanhar mais
valor tenham. Sejam elas quem dorme na soleira da porta de um prédio, ou quem tem
uma sexualidade diferente da minha, ou quem tem um corpo diferente do meu.
Os
únicos troféus que quero são os que consigo por ter ido mais longe no saber
aproveitar a luz ou dominar a perspectiva. Nunca à custa dos outros!
E
faço questão de ser coerente a cada disparo fotográfico que faço.
By me
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