Encontrei
“A Mala” dia dez, de tarde, numa composição vazia.
Não
espanta que estivesse vazia: era feriado, o dia estava bonito e a composição
tinha acabado de se imobilizar para retomar a marcha em sentido oposto – do Oriente,
Lisboa, para Mira Sintra.
Já
sabia do projecto mas, ainda assim, li tudo o que se encontra escrito do outro
lado do que aqui se lê. Afinal, nada como pôr em prática a regra do LPM (ler a
porcaria do manual).
Quedei-me
por ali um pedaço, entretido a tentar fazer uma fotografia que se visse. O
melhor que me saiu foi isto, que a carruagem estava mesmo vazia. Até porque,
como se sabe, não gosto nem quero fotografar desconhecidos. Manias éticas!
Quando
a marcha se iniciou, éramos sete a bordo, entre um extremo e outro da
carruagem: para além de mim e de um outro passageiro solitário, um pequeno
grupo de duas senhoras e um homem, acompanhados de duas crianças em carrinhos
de bebé.
Tentei
passar a mala: expliquei o que era e para que servia. Mas nada! Nem numa ponta
nem na outra a quiseram aceitar. O mundo anda demasiadamente bera e as pessoas
demasiadamente desconfiadas para que aceitem uma mala, mesmo que esta, das mãos
de um desconhecido.
Acabou
por ficar, sossegadinha, num banco, tal como a tinha encontrado.
Se
a memória me não falha, tinha o número 25, que é um número redondo e bonito
como qualquer outro.
Boa
viagem p’ra ela e p’ras demais.
Mais
informação aqui:
https://www.facebook.com/lisboamala/timeline
By me
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