É
verdade que sim: os génios conseguem.
Eu,
que não sou génio, tenho que recorrer a truques e aceitar as minhas limitações.
Não
me é possível mostrar por imagens, quer sejam escritas quer sejam visuais,
sentimentos que não possuo real e profundamente.
Fazer
imagens visuais ou usar de palavras que descrevam sentimentos é fácil: cores e
tons, surpresa e originalidade, organização de ideias e elementos menos comuns,
perspectivas e linhas de pensamento concordantes ou que surpreendam quem as vê
ou lê… tudo isto são técnicas que se aprendem, umas mais fáceis, outras não
tanto.
Abundam
escolas de fotografia e de escrita criativa onde tudo isso se ensina e de onde
se sai conhecendo-as.
Mas
se não se sentir, se as situações não tiverem sido vividas ou emotivamente
vividas… serão apenas mais uns gigabytes grafados, com teclado, caneta ou câmara,
iguais uns aos outros, sempre todos iguais uns aos outros mesmo que diferentes.
Mesmo que atraentes.
Os
génios, esses, sabem sem aprender a ver com a alma e a materializar esse ver. E
quando vemos o que viram… são génios.
Eu
não sou génio. E tenho que trabalhar muito, emotivamente, para conseguir algo
que se veja. Mesmo que mau.
Passar
para além do visível, do tangível, e materializa-lo sob forma de letras ou
enquadramentos é das coisas mais difíceis que conheço. Que o mais que faço, por
muito que tente que não seja, mais não é que fotocopiar o que me cerca.
By me
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