Falava
eu, posts atrás, sobre manipulação.
Manipulação
de opiniões e sentimentos fruto da comunicação. De como os meios de comunicação
social (escritos, falados, vistos, convencionais ou modernos) manipulam as
opiniões. De como nós mesmos manipulamos opiniões (sempre o fizemos) ao falar,
ao escrever, ao exibir imagens ou sons.
A
própria indústria o usa, mesmo que com motivos nobres como o melhor contar uma
história. Palavras, som, imagem…
Deixo-vos
aqui dois links. Ambos se reportam a um pedacinho de um filme bem mais que
clássico: “Aconteceu no oeste”, realizado por Sérgio Leone.
A
qualidade de reprodução que ireis encontrar, se vos deres ao trabalho de ir ver
ambos, é particularmente fracota. Para não dizer má.
Mas
é o suficiente para o exemplo em causa.
Ambos
os vídeos são da mesma sequência do filme original. Diferem um do outro pelo
facto de um estar invertido esquerda/direita em relação ao original.
A
própria sequência original é magistral, na forma como consegue contar-nos uma
história sem nos mostrar um fotograma que seja dela. Apenas com o som e com os
olhares dos personagens que nos mostra.
Mas
repare-se como, pelo simples facto de uma das sequências ser o”espelho” da
outra, as personagens ganham ou perdem força, a história lá fora ganha ou perde
força, as emoções de cada um dos presentes ganha ou perde força.
Falava
eu de manipulação? Tudo isto acontece, todos os dias, nos media.
A
escolha de uma perspectiva, o ter a figura principal virada para um lado ou
para outro, a escolha dos fundos… tudo isto condiciona-nos na forma como
interpretamos os que vemos, criando empatias positivas ou negativas com o que
nos é contado.
Para
finalizar, e antes dos respectivos links:
Posso
dizer “eu bebi um copo de água” ou posso dizer “um copo de água foi bebido por
mim”.
Ambas
as expressões estão correctas do ponto de vista linguístico, mas na primeira o
centro da acção sou eu, na segunda o centro da acção é o copo de água. Não
menti, mas orientei a vossa atenção.
Os
links:
Divirtam-se
a tentar perceber qual é o original.
By me
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