É
sabido por quem me conhece de perto ou só virtualmente que eu e bola não
ligamos. Ela não me diz nada e eu não lhe passo cartão, seja de que cor for.
No
entanto, não posso deixar de prestar alguma atenção ao fenómeno.
Intitulando-me
fotógrafo (e não tenho a certeza de o ser) tenho que me debruçar um pouco que
seja sobre o que me cerca, o que faz mexer a sociedade em que existo. Não o
fizesse eu e mais não seria que um fotocopiador.
É
assim interessante ver como as questões envolventes ao futebol são comentadas
ou discutidas. A organização de substantivos, verbos, advérbios, adjectivos e
outras formas de verbalizar ideias e relativizar valores.
Convenhamos
que o resultado do jogo Portugal-Alemanha não foi nada lisonjeiro para as cores
verde e vermelha. Quando eu era puto e jogava à bola nos passeios, dizia-se que
um resultado destes entre equipas equivalentes era “uma grande abada”.
A
comunicação social usa um outro termo, bem em linha com a competição bélica que
é o futebol: “humilhação”. Que perder todos perdem aqui ou ali. Agora por esta
diferença e sem mesmo conseguir marcar um golinho de honra… Humilhação.
Seria
este o termo que esperava encontrar em jornais ou televisões, já que banalizado
na boca dos especialistas, escrevinhadores ou palradores.
Erro
meu.
Usada
e abusada a expressão para outros encontros entre outras equipas com resultados
semelhantes, não foi usada para Portugal. Que, de facto, levou uma grande
abada!
Suponho
que jornalistas e comentadores-de-mão cheia reservem a expressão “humilhação”
para aquilo que se passou entre Portugal e a Troika, com o dinheiro emprestado
a embrulhar não muito discretamente a imposição de alterações à sociedade
portuguesa, queira-as ou não o povo Português.
Isso
sim, é uma humilhação!
Agora
num jogo de bola, quatro secos não é mais que uma grande abada!
By me
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