sexta-feira, 27 de junho de 2014

Murro



“Eu pago o almoço.” Disse eu. “Quanto é?”
“É tanto”, disse o empregado. E acrescentou: “Quer o número de contribuinte na factura?”
“Não! Claro que não quero!”
“Quero eu.” Disse o meu conviva. “Ponha lá o meu.”
“Não!” afirmei. “Sou eu que pago e as facturas não têm o número de contribuinte.”
“Mas eu quero que me saia o carro. Faz-me falta.”
“Então pagas tu o almoço, que eu não colaboro com essa bufaria. Não colaboro com o pôr toda a gente a fiscalizar toda a gente. Bastou-me os tempos que vivia com a PIDE a espreitar-me atrás da orelha.”


Paguei eu o almoço.

By me 

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